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  • Valor Econômico
    24/02/2011

    Gol tem aval para elevar proteção contra forte alta do preço do petróleo
    Eduardo Laguna

    Diante da disparada das commodities, provocada pelas manifestações contra ditaduras no mundo árabe, a Gol informou que 80% de suas necessidades de combustível estão expostas à valorização do petróleo. Já a parcela de 20% restante está protegida nos próximos 12 meses por contratos de hedge, que garantem o consumo de combustível com o preço do petróleo fixado em US$ 90 e US$ 92. Caso necessário, a direção tem autorização para elevar o percentual a até 50% nos próximos dois anos.

    "Mas temos que saber o momento certo para fazer isso", disse o diretor de finanças, Leonardo Pereira, explicando que a decisão por novos contratos de hedge dependerá da trajetória da commodity. Nas contas da empresa, a cotação média do petróleo do tipo WTI deve ficar entre US$ 82, no melhor cenário, e US$ 93, no pior. Ontem, o produto alcançou US$ 98,10 no contrato com vencimento em abril negociado em Nova York.

    Apesar dessa pressão sobre as margens operacionais, Pereira disse que a Gol está em uma posição confortável, já que se preparou para enfrentar ciclos mais turbulentos, reduzindo seu passivo, fortalecendo o caixa e melhorando a eficiência das aeronaves.

    Além do encarecimento do combustível, o grupo prevê para este ano despesas de R$ 50 milhões decorrentes do reajuste das tarifas aeroportuárias, a ser aplicado a partir de 14 de março.

    Já do lado da receita, a companhia aérea trabalha com um cenário de estabilidade nas tarifas aéreas, dado que o ambiente de mercado competitivo deve dificultar repasses ao consumidor.

    As estimativas traçadas para este ano indicam que o "yield" - indicador do preço pago pelo passageiro por quilômetro de voo - ficará na faixa de R$ 0,19 a R$ 0,21, em linha com a média de R$ 0,20 do quarto trimestre, que representou avanço de 12,9% em 12 meses.

    Na manhã de ontem, a Gol anunciou ao mercado que teve lucro líquido de R$ 132,2 milhões no quarto trimestre, uma queda de 66,8% em relação ao mesmo período de 2009, quando o resultado foi inflado por um efeito não recorrente: o uso de um crédito tributário da ordem de R$ 352 milhões.

    No ano, acumulou ganhos de R$ 214,2 milhões, marcando queda de 76%, segundo o balanço que segue o padrão contábil internacional conhecido como IFRS.

    Na divulgação dos números, Pereira procurou destacar os resultados operacionais da companhia. Nesse ponto, afirmou que a margem do lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) - de 14% nos três meses - foi a maior nos últimos 16 trimestres. Na comparação com os três últimos meses de 2009, houve avanço de 6,6 pontos percentuais na margem Ebit, que mede a relação entre lucro operacional e receita líquida.

    A Gol poderá elevar em 19% seus investimentos para aproveitar melhor o crescimento do mercado de aviação doméstico neste ano, estimado entre 10% e 15%. Os aportes previstos para 2011 são de R$ 500 milhões a R$ 550 milhões, acima dos R$ 462,3 milhões de 2010.

    A maior parte dos recursos será destinada à compra de aeronaves. Até dezembro, a Gol receberá nove aviões, com aumento líquido da frota, que era de 110 aeronaves no fim de 2010, em cinco unidades.

     

     

    Valor Econômico
    24/02/2011

    Em 8 sedes da Copa, obra de aeroporto tem atraso de 1 ano
    Apenas Viracopos e Galeão estão dentro do cronograma
    Samantha Maia

    Dos 13 aeroportos que atenderão as cidades-sede da Copa do Mundo de futebol em 2014, oito apresentam atrasos de mais de um ano nas obras. São eles Brasília, Confins, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre e Guarulhos. Três projetos de ampliação - em Natal, Recife e Salvador - podem ser afetados, pois dependem de licença ambiental, aval do Tribunal de Contas da União ou da elaboração dos projetos. Apenas dois aeroportos têm seus empreendimentos dentro do prazo, Viracopos, em Campinas (SP), e o Galeão (RJ).

    A três anos do Mundial, a Infraero ainda busca alternativas para alavancar os investimentos. A estatal mantém os prazos de entrega das obras e afirma que ainda é possível ter todos os aeroportos prontos até 2013, apesar dos atrasos em relação ao prazo planejado anteriormente.

    Uma das formas de adiantar as obras é a parceria com os Estados. É o caso do Mato Grosso, onde o governo estadual deve formalizar esta semana um convênio com a estatal, em que se compromete a cuidar da licitação e da contratação das obras para a ampliação do terminal de passageiros. Enquanto isso, a Infraero vai cuidar da instalação de uma área provisória para a recepção dos passageiros, o chamado módulo operacional.

    A previsão é que o módulo seja contratado ainda neste semestre, um investimento de R$ 3,5 milhões. A licitação pode ocorrer ainda em fevereiro. O projeto básico para a ampliação do terminal de passageiros e estacionamento deve ser entregue em setembro de 2011, quando o Estado pretende lançar a licitação de contratação das obras. Assim, quando o projeto executivo estiver pronto, por volta de janeiro de 2012, será possível dar a ordem de serviço ao empreendimento, segundo o secretário de acompanhamento da logística de transportes, Francisco Vuolo. "Esse acordo é um grande avanço, pois definimos as obrigações, o que vai permitir que a gente cumpra o cronograma", diz. O governo está trabalhando também na formulação dos projetos para melhorar os acessos ao aeroporto, o que inclui a construção de um corredor de ônibus.

    Os dois aeroportos de São Paulo com obras relacionadas à Copa - Guarulhos e Viracopos - vivem situações distintas. Os problemas de Guarulhos estão entre os mais complexos - os investimentos no sistema de pista e pátio estão atrasados há mais de seis anos (houve apenas uma reforma da pista entre 2007 e 2008) e o terceiro terminal de passageiros só agora começou a ser construído. A terraplenagem da área está sendo realizada pelo Exército e a perspectiva é lançar os editais para a infraestrutura do terminal até julho. Segundo a Infraero, a previsão é concluir a primeira fase do novo terminal até 2014 - ano da Copa.

    No Aeroporto de Viracopos, os prazos estão em dia. A licença ambiental foi liberada no fim de janeiro e Infraero abriu a licitação para a elaboração dos projetos. Será uma concorrência internacional, e envolve o projeto do novo terminal de passageiros, garagem, sistema viário de acessos, pátio de estacionamento de aeronaves e hotel com centro de convenções. A abertura das propostas será no dia 15 de março, e os investimentos somam R$ 44,6 milhões.

    A licitação para as obras só deve ser feita em 2013, mesmo ano para o qual a Infraero projeta a conclusão da primeira etapa de ampliação do aeroporto. A construção do terminal será feita em duas fases. A estimativa de custo para a primeira etapa é de R$ 823 milhões e permitirá que o aeroporto receba 9 milhões de passageiros por ano. Essa fase deve ser finalizada em novembro de 2013, indicando pouco mais de um semestre para a realização do investimento.

    Em Curitiba as licitações também estão em andamento, mas começaram atrasadas. A contratação do projeto para a ampliação do sistema de pátio e pista de táxi teve o edital publicado em 10 de janeiro, e a ampliação do terminal de passageiros e do sistema viário terá o edital lançado em 2 de março.

    A Infraero enfrenta problemas com as obras de reforma do terminal de passageiros do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) mandou suspender a licitação por verificar sobrepreço de R$ 45,9 milhões. O investimento total é de R$ 294,7 milhões. Outra conclusão do TCU é de que a proibição da participação de consórcios na licitação é um indício da irregularidade. A Infraero tem até o fim do mês para apresentar justificativas, e informou que já está adequando o edital, empenhada em "minimizar o prazo para as adequações".

    O aeroporto do Recife teve o contrato de recuperação da pista rescindido pela Infraero por incapacidade técnica da empresa, e a previsão atual é de relançar a licitação em até o fim de março

    Outros aeroportos estão em fase de desenvolvimento dos projetos, e, portanto, ainda sujeitos à análise do TCU e às inseguranças do tempo para a obtenção das licenças ambientais. São eles os aeroportos de Manaus, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Brasília.

    Em Natal, a Infraero está inaugurando um modelo de concessão à iniciativa privada, que está sendo avaliado pelo TCU. Foi a forma encontrada para deslanchar uma obra que já se arrasta por mais de seis anos, desde o início de 2004. A pista do aeroporto de São Gonçalo do Amarante está sendo construída pelo Exército, um aporte de R$ 100 milhões. O parceiro privado deverá investir cerca de R$ 408 milhões na construção dos terminais de cargas e de passageiros, além da montagem da estrutura para suportar os equipamentos de proteção de voo. A expectativa é de que a licitação possa ocorrer entre abril e maio deste ano.

     

     

    O Estado de São Paulo
    24/02/2011

    Gol teve queda de 76% no lucro no ano passado
    Na apresentação dos resultados feita ontem, a companhia creditou o recuo à valorização do real frente ao dólar
    Silvana Mautone e Beth Moreira

    O lucro líquido da companhia aérea Gol teve queda de 76% no ano passado em relação a 2009. De acordo com as normas do padrão contábil internacional (IFRS), o valor passou de R$ 890,8 milhões para R$ 214 milhões em 2010. A redução, segundo a empresa, é resultado da valorização da moeda brasileira frente ao dólar.

    Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 979,399 milhões no período - 76,1% maior que o de R$ 556,145 milhões registrado em 2009. A margem Ebitda ficou em 3,1%. A receita operacional líquida da companhia somou em 2010 R$ 6,979 bilhões, um aumento de 15,8% sobre os R$ 6,025 bilhões registrado no ano anterior.

    Na apresentação dos resultados, o vice-presidente de finanças da Gol, Leonardo Pereira, disse que o aumento das tarifas aeroportuárias, anunciado recentemente pela Infraero, deverá ter um impacto de R$ 50 milhões no lucro operacional da empresa este ano. Ele explicou que a projeção leva em conta o conjunto de operações da companhia, número de voos, sazonalidade e utilização em horários de pico. As novas tarifas aeroportuárias no País entram em vigor a partir de 14 de março. A medida pretende deslocar parte dos voos para horários que não sejam de pico.

    Pereira disse que a alta do petróleo no mercado internacional, provocada pelos conflitos em países no Oriente Médio, pode ser repassada futuramente para as tarifas, mas afirmou que a previsão inicial da empresa é de estabilidade no preço das passagens. "Historicamente, as tarifas vêm caindo, e a expectativa é que elas fiquem no mesmo patamar do ano passado. Mas isso vai depender do mercado como um todo", afirmou.

     

     

    O Estado de São Paulo
    24/02/2011

    Acidentes aéreos atingem nível mais baixo da história
    Jamil Chade

    A taxa de acidentes aéreos em 2010 atingiu o nível mais baixo na história, pelo menos entre as empresas que usam aeronaves produzidas no Ocidente - 93% do tráfego mundial. O problema é que, na América Latina, a taxa subiu e é três vezes superior à média mundial.

    No mundo, a taxa de acidentes é de 0,61 para 1 milhão de voos com aeronaves ocidentais, como Boeing, Airbus, Embraer e Bombardier. Isso significa 1 acidente a cada 1,6 milhão de voos. Em 2009, a taxa havia sido de 0,71 - 1 a cada 1,4 milhão de voos. Em dez anos, a redução de acidentes foi de 42%.

    No total, foram 17 acidentes com aeronaves construídas no Ocidente, ante 19 em 2009. Considerando todos os tipos de incidentes, o número aumentou. Passou de 90 em 2009 para 94 no ano passado.

    O número de mortos aumentou em 2010. Passou de 685 em 2009 para 786 no ano passado. Em 2010, 2,4 bilhões de pessoas viajaram em 36,8 milhões de voos. Os locais mais seguros são Estados Unidos e Canadá, com taxa de 0,10 de acidentes.

    Na América Latina, porém, a taxa foi três vezes superior à média mundial. Em 2010, foram registrados quatro acidentes com companhias aéreas comerciais. Um deles aconteceu na Bahia, em agosto, sem mortos. Segundo o relatório, o pior local para voar ainda é a África, com 7,4 acidentes para 1 milhão de voos - ou 23% dos acidentes aéreos.

     

     


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